Diretora afastada e desvio de alimentos: o que se sabe sobre a operação no Presídio de Getúlio Vargas
A diretora do Presídio Estadual de Getúlio Vargas, na Região Norte, foi afastada do cargo nesta quinta-feira (6) durante a Operação Muralha. Além dela, outros dois servidores foram afastados e um agente penal foi preso preventivamente por suspeita de desviar alimentos da unidade prisional, como carne, ovos e leite.
A operação deflagrada pela Polícia Civil em parceria com a Corregedoria-Geral e o Grupo de Atuações Especiais (GAES) da Polícia Penal teve como objetivo apurar crimes como peculato, prevaricação e condescendência criminosa, supostamente cometidos por servidores públicos lotados no presídio.
As investigações foram baseadas em imagens de videomonitoramento, depoimentos de policiais penais e apenados, relatórios da Corregedoria-Geral da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e documentos diversos. As provas apontam para desvios sistemáticos de bens públicos e omissão dolosa por parte de agentes em cargos de chefia e direção.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no presídio e nas residências dos investigados. Quase 90 policiais participaram da ação.
Prisão em flagrante
O agente penal preso foi detido enquanto estava em serviço. Na casa dele, foram encontrados medicamentos controlados sem receituário médico e munições de calibre .38 sem procedência. Os remédios teriam sido desviados da farmácia da casa prisional.
— Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nos endereços dos investigados, em um deles – o mesmo do agente já com mandado de prisão – ocorreu a prisão em flagrante por posse de munição e tráfico, pois ele possuía medicamentos de uso prescrito —afirmou o delegado de Getúlio Vargas, Jorge Fracaro Pierezan.
No local também foram apreendidos diversos produtos dos crimes apurados como alimentos, itens de limpeza e de higiene pessoal. Segundo o delegado, o servidor é investigado por peculato, por se apropriar de bens e objetos do presídio.
— Outros três funcionários foram afastados cautelarmente pela Justiça, pois, a princípio, foram omissos — destacou.
Após os procedimentos na Delegacia de Getúlio Vargas, o policial penal preso foi entregue à Corregedoria-Geral da Polícia Penal e permanece à disposição da Justiça.
*GZH Passo Fundo
*Foto: Polícia Civil / Divulgação
