Indígenas resgatados no PR viviam ‘situação de servidão por dívida’, com gastos em alimentação descontados de salário que eles sequer receberam, diz auditor

Os indígenas resgatados em condições análogas à escravidão em Itambé, no norte do Paraná, foram obrigados a anotar em um caderno gastos feitos em um mercadinho. Segundo o auditor fiscal do trabalho, Edvaldo dos Santos Rocha, os valores seriam descontados de um salário que as vítimas nem chegaram a receber.

Ao todo, 57 trabalhadores foram resgatados, sendo 46 indígenas da etnia Guarani Kaiowá. Todos foram trazidos do Mato Grosso do Sul com a promessa de emprego em uma usina. A operação que resgatou os trabalhadores foi coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho. Clique aqui para mais detalhes.

Nesta quinta-feira (23), os trabalhadores receberam o pagamento e puderam voltar ao estado de origem. O transporte deles foi escoltado por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Em negociação com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), a usina Renuka Vale do Ivaí S/A se comprometeu a quitar todas as verbas salariais e rescisórias, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O MPT informou que existe um inquérito civil contra as empresas, visando a tomada de medidas na esfera extrajudicial e judicial. Também está prevista a propositura de uma ação civil pública, com pedido de dano moral coletivo.

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