Trecho da BR-153 no norte gaúcho receberá R$ 584 milhões para asfaltamento

Esperada há mais de 50 anos, a pavimentação da BR-153, no trecho de 68 quilômetros entre Passo Fundo e Erechim, está mais próxima de se tornar realidade. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aprovou o projeto da obra, que tem investimento previsto em R$ 584 milhões.

trecho é o único sem asfalto na rodovia, sendo um dos principais eixos de ligação do sul ao norte do Brasil. A estrada, também conhecida como Transbrasiliana, tem mais de 4 mil quilômetros e passa por oito estados.

Com a aprovação do projeto, a próxima etapa é a liberação da licença ambiental junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que autorizou um licenciamento simplificado, o que deve acelerar o processo. Segundo o Dnit, os estudos já começaram a ser realizados.

Com a aprovação do projeto técnico e a licença ambiental liberada, a obra deverá ser indicada pelo Dnit para ser incluída no Projeto de Lei Orçamentária Anual, que prevê as despesas e receitas da União em áreas como saúde, educação e infraestrutura. O projeto precisa passar pela aprovação do Congresso Nacional.

Impacto na economia local

Francieli Alonso / Agência RBSPavimentação é esperada pela comunidade há mais de 50 anos.Francieli Alonso / Agência RBS

A obra é esperada com grande expectativa, especialmente por agricultores que moram próximo ao local e motoristas da região, já que o trecho é bastante usado para o escoamento da safra. Além disso, a estrada ajudaria no desenvolvimento regional e desafogaria o trânsito na BR-285 e na RS-153.

Para o agricultor Gustavo Auler, que tem uma propriedade próxima à rodovia, a falta de asfalto sempre foi um desafio:

— Desde a época da minha mãe, sempre falam da promessa de asfaltamento. Vai ser muito bom se o asfalto realmente chegar, não só pra nós agricultores, mas pra toda logística, porque a gente depende de caminhão para transporte de insumos e de leite, por exemplo.

A situação da estrada também traz dificuldades para quem trabalha no transporte de cargas. O motorista Dari Flores passa diariamente pelo trecho com o caminhão carregado de leite. Segundo ele, a estrada esburacada aumenta o tempo de percurso e traz prejuízos ao veículo.

— Está muito esburacada. Tem que trabalhar devagar, cuidar do caminhão, então acaba demorando mais o trajeto. O que deveria fazer em duas horas acaba levando três horas e meia. Em dias de chuva é pior ainda — reclama o motorista.

 

*GZH Passo Fundo