Um ano depois, nenhum envolvido na morte de professores da UFSM em Mato Castelhano foi identificado

Há um ano, um crime bárbaro abalou a comunidade de 2,5 mil habitantes de Mato Castelhano, no norte do RS, e todo o Estado: dois professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foram mortos durante assalto ao único hotel da cidade, na madrugada de 25 de julho.

De lá para cá, a Polícia Civil divulgou poucos detalhes do andamento do inquérito. Sob comando da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que passou por troca de titular em março desse ano, a investigação ainda não identificou os autores do crime.

Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35, lideravam uma visita de campo com 15 estudantes do curso de Engenharia Florestal à Floresta Nacional de Passo Fundo, em Mato Castelhano. Segundo a polícia, eles chegaram no hotel no momento do assalto, foram amarrados pelos criminosos e baleados ao tentar reagir.

Conforme o delegado Venícios Demartini, o caso é prioridade da delegacia, mas até o momento não surgiram elementos que confirmem quem foram os criminosos.

— Estamos no aguardo de uma perícia técnica em andamento em Porto Alegre, que é importante, mas pode não ser uma prova cabal da autoria — afirmou.

A investigação fez análise de câmeras de monitoramento da cidade, perícias no local do crime e papiloscopia no automóvel usado pelos autores, um Gol branco deixado para trás na fuga, mas nada apontou provas definitivas. A falta de câmeras no hotel é um dos fatores que dificulta a identificação dos suspeitos.

No ano passado, dois homens de 42 e 45 anos foram presostemporariamente três dias depois do crime, mas liberados no começo de agosto daquele ano. Eles foram reconhecidos por testemunhas, mas segundo o delegado, diligências confirmaram que os dois não estavam no local na data do crime.

Além da dupla, um terceiro homem foi acusado de envolvimento. Ele é defendido pela Defensoria Pública e teve um pedido de prisão temporária expedido no ano passado, em 26 de julho — um dia após o crime. O investigado foi preso temporariamente e, atualmente, não está no sistema prisional, conforme a Susepe.

De acordo com Demartini, a investigação não descarta a participação de uma terceira pessoa. Isso porque a dupla saiu do hotel a pé e pode ter tido apoio para fugir.

Questionado sobre a demora na conclusão do inquérito, o delegado afirma que a polícia garante empenho no trabalho, mas não pode prometer respostas.

— Tudo o que estava dentro do possível foi feito e a investigação segue em andamento — afirmou.

 

*GZH Passo Fundo