Júri de mulher que matou marido e escondeu corpo em freezer acontece nesta quinta-feira

Acontece nesta quinta-feira, dia 28, o júri popular de Claudia Tavares Hoeckler, mulher acusada de dopar, matar o marido e esconder o corpo dele no freezer dentro de casa, no município de Lacerdópolis, no Oeste catarinense. A sessão de julgamento é realizada na Câmara de Vereadores de Capinzal, que é a comarca responsável por Lacerdópolis.
Valdemir Hoeckler foi assassinado em novembro de 2022. A acusada responde por homicídio duplamente qualificado — asfixia e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima —, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Conforme a defesa da mulher, a expectativa é “conseguir demonstrar aos jurados que Claudia sofreu todos os tipos de violência doméstica durante os 20 anos de relacionamento com a vítima, além de ser privada do convívio com a filha comum do casal”, explica Matheus Molin.
A ré retornou ao Presídio Feminino de Chapecó no dia 31 de junho deste ano, após ficar quase 2 anos em liberdade. Conforme o advogado dela, Matheus Molin, ela se entregou espontaneamente após receber o mandado. “Que a justiça seja feita”, declarou.
Relembre o crime
Conforme a denúncia, Claudia teria dopado, amarrado os membros e asfixiado o então companheiro Valdemir Hoeckler, de 52 anos, com uma sacola plástica. Após ter consumado o homicídio, escondeu o corpo em um freezer e, no dia seguinte, um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento dele foi registrado.
De acordo com o delegado Gilmar Bonamigo, Claudia teria começado a executar o crime na manhã da segunda-feira, dia 14 de novembro de 2022, por volta das 11 horas, após o marido tomar banho. Nesse momento, ela teria dado a ele três comprimidos, dose acima da que ela mesma ministrava todos os dias.
Quando notou que o marido havia dormido, ela usou uma corda para amarrar os pés e as mãos dele e depois as juntou para unir os membros. Em seguida, a mulher colocou uma sacola plástica na cabeça da vítima e enrolou uma câmara de pneu em seu pescoço, finalizando com as mãos na boca do homem para sufocá-lo, conta o delegado.
Segundo relato da autora, quando estava tentando sufocar o marido, ele teria conseguido soltar uma das mãos, momento em que ela segurou o homem e continuou pressionando o plástico na boca dele. Depois disso, Valdemir teria perdido os sentidos e foi a óbito.
Buscas foram realizadas para tentar localizar a vítima, que foi encontrada, uma semana depois, dentro do freezer da casa onde residia com Claudia, na Linha São Roque, no interior do município de Lacerdópolis.
Segundo o delegado, durante as buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros, a equipe chegou a almoçar na casa e um refrigerante que estava no freezer foi servido durante a refeição. “Veja a frieza dessa mulher, sabendo todo o tempo que o corpo estava ali, debaixo daqueles pacotes e do refrigerante”, comentou.
Em uma entrevista exclusiva ao canal de Beto Ribeiro, conhecido por realizar entrevistas e vídeos sobre crimes em todo Brasil, Claudia confessou ter assassinado o marido, durante uma conversa gravada com o repórter no dia 20 de novembro daquele ano.
Na delegacia, Claudia, que é professora, contou que queria sair com as colegas de trabalho para a confraternização de fim de ano em uma pousada de Abdon Batista, na Serra catarinense, mas foi proibida pelo marido. Ela também alegou ter sido ameaçada de morte por ele antes de decidir matá-lo.
A defesa de Claudia afirmou que a morte foi motivada por supostos episódios anteriores de violência doméstica. “Para preservar sua vida, matou”. Após a prisão dela, um dos advogados dela na época, Marco Alencar, emitiu nota dizendo que a mulher “se entregou espontaneamente”.
O que diz a defesa
Conforme o advogado de Claudia, a expectativa é “conseguir demonstrar aos jurados que Claudia sofreu todos os tipos de violência doméstica durante os 20 anos de relacionamento com a vítima, além de ser privada do convívio com a filha comum do casal”, explica Matheus.
Claudia estava respondendo pelo crime em liberdade desde agosto de 2023, no entanto, o Ministério Público interpôs um recurso contra a decisão que determinou a revogação da prisão preventiva dela.
Claudia Fernanda Tavares retornou ao Presídio Feminino de Chapecó no dia 31 de junho deste ano após ficar quase 2 anos em liberdade. Conforme o advogado dela, Matheus Molin, ela se entregou espontaneamente após receber o mandado. “Que a justiça seja feita”, declarou.
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*Foto: Giulia Sacchetti Ferreira/Oeste Mais