Polícia investiga professora que agrediu criança de quatro anos em escola infantil de Caxias do Sul

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso de uma criança de quatro anos agredida por uma professora de uma instituição particular de Caxias do Sul. A agressão aconteceu dentro de uma sala de aula, na Escola Infantil Xodó Da Vovó, na manhã de segunda-feira (18) e foi gravada por uma câmera de segurança. A profissional foi demitida e é investigada pelo crime de lesão corporal pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

O nome da professora não foi divulgado oficialmente, mas a reportagem apurou que se trata de Leonice Batista dos Santos, 49 anos. As imagens mostram a mulher organizando materiais em um armário, enquanto as crianças da turma do Pré estão sentadas, em círculo, nas classes. Em um determinado momento, Leonice se dirige a um menino e bate na cabeça dele com os livros. O aluno chora bastante. A profissional grita e pega um papel para limpar a boca do menino. Ambos saem da sala.

Interinamente à frente da DPCA, a delegada Thalita Andrich diz que o caso foi registrado na Polícia Civil na noite de segunda. A apuração está em fase inicial. Ainda nesta semana devem ser agendados os depoimentos dos administradores da escola e da família da criança. Também é aguardado o resultado do exame pericial ao qual o menino foi submetido nesta terça-feira (19).

— O vídeo do fato também já foi juntado ao procedimento — acrescenta a delegada.

Segundo o diretor administrativo da Escola Xodó da Vovó, Cristhian Segatto Ferreira, um exame realizado ainda na segunda-feira por um dentista da família indicou que a criança teve o afrouxamento de seis dentes. 

O que diz a escola

O diretor administrativo da Escola Xodó da Vovó, Cristhian Segatto Ferreira, relatou à reportagem que a professora alegou que o menino havia caído no banheiro. Aos pais, segundo ele, a criança informou que o ferimento havia sido causado por outro colega.

Como havia versões distintas sobre a situação, ele decidiu checar as imagens gravadas pelas câmeras de segurança. Leonice foi demitida ainda na segunda-feira por justa causa. Um boletim de ocorrência foi registrado à noite pela instituição. 

Segundo ele, a professora atuava há seis anos na escola e era vista como uma pessoa de confiança.

— O que nos salvou foram as imagens. Se não tivéssemos nosso sistema de câmeras robusto colocado há um ano e meio, certamente iríamos estar à deriva e nunca iríamos saber a real situação. O meu compromisso é de dizer que fundamos a escola com o objetivo de atender os nossos dois filhos, que hoje têm oito e 10 anos. É como se fosse os nossos filhos. Foram 13 anos, até hoje, construindo reputação, integridade, imagem de uma escola segura. Infelizmente, estamos sujeitos (a isso) — desabafa.

O que diz a professora

A reportagem tenta contato com Leonice Batista dos Santos para contraponto, mas ainda não obteve retorno.

 

*Pioneiro