Leite se reúne com prefeitos nesta terça para discutir mudanças no sistema de bandeiras

Será nesta terça-feira (21) a reunião do governador Eduardo Leite com prefeitos de todo o Estado para discutir as mudanças que pretende promover no sistema de distanciamento controlado. Participarão da videoconferência, às 17h, os presidentes das 27 associações regionais de municípios e o mandatário da Famurs, Maneco Hassen, além de integrantes da diretoria da entidade.

No encontro, Leite vai discutir ajustes no modelo para dar mais autonomia e responsabilidade aos prefeitos na decisão sobre as regras do distanciamento social no Estado.

Em transmissão ao vivo, o governador salientou que, desde o início, a proposta do modelo foi pactuada com a sociedade e que pretende promover um “novo passo” na gestão do sistema:

“Nós entendemos que é fundamental que os municípios estejam engajados na atenção aos protocolos e na fiscalização”, afirma o governador.

A pressão sobre a gestão estadual cresceu ainda mais nesta segunda-feira (20), após o anúncio final das bandeiras na 11ª rodada de distanciamento controlado.

A comparação entre o mapa preliminar divulgado na sexta-feira (17) e o que vai vigorar nos próximos sete dias, após a análise dos recursos apresentados pelos prefeitos, coloca em xeque a credibilidade do modelo de distanciamento controlado. No mapa de sexta, 90% do Estado ficou sob bandeira vermelha. Apenas duas regiões (Pelotas e Bagé) estavam com bandeira laranja. Depois dos recursos, nada menos do que 10 regiões conseguiram sair da situação de risco alto (vermelha) para risco médio (laranja): Santa Maria, Uruguaiana, Santo Ângelo, Cruz Alta, Ijuí, Santa Rosa, Erechim, Cachoeira do Sul, Santa Cruz e Lajeado.

Prefeitos, analistas políticos e lideranças do estado questionam como pode o mapa das bandeiras, que é definido por critérios técnicos, com base em dados apurados até a quinta-feira, mudar tanto após a apresentação dos recursos? Diante dessa dúvida, aumentam os questionamentos se há falhas na análise preliminar ou se o comitê que avalia os recursos está muito suscetível à pressão dos prefeitos.

Para aumentar a dificuldade de entendimento dos critérios, há casos em que o escore final de regiões que tiveram o recurso rejeitado é menor do que outras que conseguiram migrar para a bandeira laranja. Quando maior o número, pior deveria ser a situação. Entretanto, Palmeira das Missões está em 1,93 neste último levantamento, e se manteve em bandeira vermelha. Já as regiões de Santa Rosa (1,96) e Uruguaiana (2,11) voltaram para bandeira laranja, mesmo com índices maiores.

Fonte: Gaúcha ZH

Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini / Divulgação